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Sem Mãe
Sem Mãe

NA ROÇA

 

 

           Manhã de sol, sabiá, cardeal, canário, joão-de-barro, periquitos e juritis, havia também, gorjeando sobre os galhos dos tingis, das juremas, das aroeiras e baraúnas, enquanto as águas salobras corriam cautelosas no leito do riacho do araçá (reminiscência do antigo tanque da Rosona pequena fazenda de propriedade dos Martins). Enquanto isso, Jassem e sua irmã Rita aguardavam ainda se espreguiçando, mas ansiosos, a chegada do leite quente que tinha vindo da primeira ordenha matinal da mansa e atenciosa vaca “chita fina”. Ali sentados a mesa da cozinha tomavam café; e para os manos de cuca fresca, continuava tudo às mil maravilhas!

Despercebidos da falta de uma valiosíssima companhia. Uma criatura indispensável, considerada a base de tudo é como se fosse uma força importante, insubstituível para por em funcionamento perfeito uma maquina. Na verdade, eles tinham tudo.

Essa máquina que estava funcionando para eles perfeitamente, essa máquina era a vida e a força que lhes faltava era a mãe, essa valiosíssima criatura ungida por Deus e apreciada por todos que a tem e que não a tem.

Nossos personagens tinham e contavam com a companhia costumeira do seu genitor o Sr. Neemias e o seu tio Sr. Antonino. Assim foram os decorrentes primeiros dias da vida que aqui nos descreve o simples Jassem.

Durante o dia as diversas travessuras os permitiam encurtá-lo, pois já era chegada a tarde, e já o lindo horizonte se avermelhava, o astro rei se escondia aos poucos e eles próximos a porteira do curral, sentados no avarandado da pequena sede da fazenda, apreciavam este lindo espetáculo à vista do pasto alourado pelo sol em declínio, juntamente com o gado mugindo a caminho do curral. Notava-se o som de uma orquestra com componentes semelhantes aos da orquestra da manhã, só que em tons diferentes: eram as aves noturnas iniciando mais um concerto.

Alguns dos seus componentes eram: o bem-te-vi, o crex crex,  os pardais logo as corujas, tudo ali sem alguma interferência.

Sem interferência sonora ou poluente, sem sinal de civilização, sem o rádio, televisão até então ali não existiam.

Assim eles se divertiam à boca-da-noite com os contos narrados por seu tio o Sr. Antonino à luz de candeeiros (fifó) dormiam zzzzz

         Não se lembram mais...

 

 


 

 

 

(HOMENAGEM A CIDADE PEDRÃO-BA)

 

MÃE GENTIL

                             

Nascida de uma união entre as trigueiras terras recôncavas e do séquido torrão do sertão baiano, pequenina, acanhada e ricocheteada entre outras belas adjacentes, mas não tão belas iguais à ela. Foi adotada e criada por um casal de imigrantes ou retirantes: Francisco Ferreira de Moura e Maria de Mendonça Bezerra, que logo então foi batizada por seu glorioso padrinho Jesus Cristo (Coração e Jesus).Não cresceu muito na sua estatura e estrutura, mas sim na sua cultura, vindo ao longo dos anos a gerar filhos ilustres e renomados. Sediada e edificada sobre um extenso lajedo que se encontra submerso a alguns palmos de terra, no qual se originou o seu nome, entre prados e pradarias, banhada e contemplada ao seu redor por perenes córregos e mananciais hídricos: De um lado, mais precisamente ao poente, a exuberante e paisagística “Lagoa de Cabaças” tendo como seu mirante natural o planalto das fazendas Curí e Burí. Por outro lado, não muito longe contornando suas terras ao norte, podem se contemplar outra relaxante paisagem, com suas sinuosas e escuras águas, a “Lagoa de Iassú”, podendo ser vista mais aproximadamente dos avarandados da casa grande do então “Engenho Iassú”. Tranquila, gentil e acolhedora, não só gerou como adotou filhos. Alguns vindos de próximas e longínquas estâncias, em busca de um braço forte, um seio acolhedor, outros atiçados e impulsionados pelos ventos de um futuro aprazível e que se fizeram nossos prósperos irmãos.

 

Cenário de muitos acontecimentos com participações importantes, que a conduziram à inclusão e ao reconhecimento histórico, e agora se faz palco de apresentação dessa simples e verídica história que em seguida mais um dos teus filhos estará a escrever. Por essa e por muitas oportunidades que me sinto agraciado e honrado por ser mais um dos teus valorosos filhos.

 

Obrigado oh mãe gentil!

Obrigado meu chão!

Meu torrão!

Minha querida terra!

Pedrão.

 

                                               Jonas Martins.